Com quase 11 milhões de participantes ativos, as compras de veículos por meio de consórcio continuam crescendo, reforçando sua importância no mercado.

Nos primeiros oito meses do ano, o setor de consórcios apresentou expansão significativa, com 2,98 milhões de cotas vendidas, o que representa um aumento de 6,8% em relação às 2,79 milhões registradas no mesmo período do ano anterior. Esse crescimento reflete o contínuo interesse dos brasileiros pelo consórcio.

O mês de agosto foi especialmente relevante, estabelecendo um recorde histórico de adesões, com 481,82 mil novas cotas vendidas, o maior volume mensal dos últimos vinte anos.

Ao longo desse período, o montante movimentado pelas adesões atingiu R$ 251,81 bilhões, um crescimento de 21,9% em relação aos R$ 206,51 bilhões do mesmo período de 2023. Esse aumento expressivo reforça o papel do consórcio na economia nacional.

Em agosto, o número de participantes ativos no sistema de consórcios atingiu 10,93 milhões, 10% acima dos 9,94 milhões registrados no mesmo mês do ano anterior. Além disso, o valor médio das cotas subiu para R$ 104,21 mil, uma alta de 42,8% em relação aos R$ 72,99 mil do ano anterior.

No acumulado de janeiro a agosto, foram contemplados 1,13 milhão de consorciados, 3,7% a mais do que no mesmo período do ano passado, superando a marca de um milhão de contemplações. Os créditos concedidos a esses consorciados somaram R$ 63,83 bilhões, 15,9% acima dos R$ 55,08 bilhões de 2023, injetando recursos nos diversos setores onde o consórcio atua.

“O desempenho do sistema de consórcios neste ano tem sido positivo”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente da ABAC. “O recorde de adesões em agosto, com quase meio milhão de novas cotas vendidas em apenas 22 dias úteis, é um marco que reflete o interesse crescente dos consumidores em adquirir bens ou serviços por meio do consórcio.”

O impacto do consórcio nos diversos setores econômicos

O consórcio se faz presente em diversos segmentos da economia. No setor de duas rodas, por exemplo, uma em cada duas motos vendidas no mercado interno, de janeiro a agosto, foi adquirida via consórcio. Já no mercado de veículos leves, o consórcio esteve presente em uma de cada três vendas.

O consórcio também desempenhou um papel relevante na comercialização de veículos pesados, com uma em cada três vendas de caminhões sendo realizada através dessa modalidade, beneficiando setores como o agronegócio e o transporte de cargas.

O impacto econômico do consórcio pode ser medido pelos créditos liberados aos consorciados, que, ao longo do ano, representaram 34,4% das vendas de automóveis, utilitários e camionetas, 44,8% das vendas de motocicletas, e 32,9% das vendas de caminhões.

No setor imobiliário, os consórcios participaram de 17,8% das transações, com uma média de um imóvel adquirido por consórcio a cada seis financiados no mercado.

“Vale destacar que muitos consorciados contemplados ainda não utilizaram seus créditos, o que significa que há um potencial econômico significativo ainda por ser explorado”, comenta Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC.

O consórcio e as aquisições no mercado interno

Dados da B3 até agosto mostram que o consórcio continua a ganhar relevância no mercado de veículos. No setor de veículos leves, 8,2% das aquisições foram realizadas com créditos de consórcios, enquanto no segmento de duas rodas esse percentual foi de 26,1%.

No mercado de veículos pesados, os caminhões tiveram 10,4% das vendas realizadas por meio de consórcios, e os implementos rodoviários alcançaram 18,6% de participação nas vendas via consórcio.

“O consórcio tem se mostrado um importante facilitador econômico, contribuindo para o crescimento de diversos setores produtivos, sem gerar inflação e permitindo o planejamento financeiro das empresas e das famílias”, conclui Rossi.

Índice de confiança no consórcio apresenta leve queda

Em setembro, o Índice de Confiança do Setor de Consórcios (ICSC) apresentou uma leve retração, caindo para 62,2 pontos, seis pontos abaixo do levantamento anterior.

Segundo Barbagallo, essa queda reflete uma maior cautela quanto à economia brasileira, com um aumento das respostas indicando estabilidade, e uma redução nas que apontavam melhora, tanto no cenário econômico geral quanto no sistema de consórcios.

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